Não tenho cor política. Não voto em partidos. Sempre votei em pessoas. Nas pessoas em quem, num determinado momento, acredito. Noutros momentos voto naquelas das quais duvido menos. E quando não acredito em ninguém, voto em branco. Mas sempre, sempre, vou exercer o meu direito de voto.

Serve isto para explicar porque, nestas eleições presidenciais, não vou votar em branco, apesar de não acreditar em ninguém. Talvez duvide menos do Fernando Nobre, mas só porque não é político.

Não voto em branco por causa do Cavaco. Não votei nele e nunca votarei! Não me esqueço de que foi durante os seus governos que cavámos o buraco onde estamos agora. Sim, temos uma rede de auto-estradas de fazer inveja. Mas o que vendemos para ter esses milhares quilómetros custaram-nos a nossa agricultura e a nossa pesca. Deram cabo das pequenas empresas, base da nossa economia.

Dizem que o Cavaco fez grandes coisas. A vender o país, para que a CEE nos desse o dinheiro que deu, também eu fazia essas auto-estradas. Não nos podemos esquecer de que, quando entrámos na CEE, a Espanha não era muito diferente de nós. Em Espanha, o país aproveitou as ajudas. Cá, muitos encheram os bolsos à custa das ajudas… e de todos nós, que ainda andamos a pagar a brincadeira.

Votarei em qualquer candidato que não o Cavaco. Não interessa se é no Alegre, se no Nobre ou no Coelho. Interessa é que seja mais um voto a pesar contra os votos no Cavaco. O número elevado de candidatos só joga a favor dele. Mas se se chegar a uma segunda volta, serão só dois e aí logo se vê. Para se lá chegar o Cavaco não pode chegar aos 50% dos votos. E é por isto que não voto em branco.