A merda de canal que é a Sport TV vê-se num fim-de-semana de Fórmula 1. Posso ver as qualificações e corridas da GP3 ou da Porsche Super Cup em 16:9 na Eurosport – no mesmo circuito e através das mesmas câmaras e meios técnicos – mas a Fórmula 1 só em 4:3 na Sport TV.
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O vídeo de Jeremy Clarkson sobre Ayrton Senna, que passou no último Top Gear. Um vídeo a não perder, sobretudo para quem, como eu, tem saudades dos inícios de tarde de domingo nos anos 80. Perceber como era o piloto e o homem, com testemunhos de um conjunto de outros grandes pilotos. E é uma delícia ver o brilho nos olhos do Lewis Hamilton quando se depara com o McLaren MP4/4, o último grande fórmula 1 com motor turbo e o que deu o primeiro título mundial a Senna.
Vale a pena ver.
Eu ainda sou do tempo em que a F1 tinha interesse. Primeira volta de Ayrton Senna em Donington Park, no Grande Prémio da Europa de 1993.
Há muito que não via uma corrida de Fórmula 1 do início ao fim. Não por desinteresse. Sobretudo por falta de tempo, pois os domingos de manhã costumam ser preenchidos por um treino de horseball que, normalmente, é seguido de almoço. E como as corridas são, por norma, no domingo entre as oito da manhã e a uma da tarde… só se levasse a televisão às costas. E a caixa do Meo.
Mas dizia que já não via uma corrida de Fórmula 1 há tempo. O regresso calhou ser este domingo último, fruto do mau tempo que anulou o treino. Foi o relembrar de antigas tardes passadas a olhar para a televisão, a ver os bólides a andar às voltas, com ultrapassagens e emoção a rodos? Nada disso! Foi uma seca de corrida, digna de uma pista Scalextric de duas faixas. Uma para os carros mais rápidos e outra para os do fundo do pelotão, que estão vários furos abaixo. Nem carros com velocidade de ponta claramente superior conseguiam ultrapassar, dada o péssimo traçado do circuito de Barcelona.
Antigamente eram precisas mãozinhas para guiar estes carros. Agora mais parece um jogo de consola onde qualquer piloto com o mínimo de experiência em monolugares consegue fazer uma corrida. As reais diferenças são dadas pelo carro e não tanto pela combinação máquina+piloto. A aerodinâmica dos carros está tão apurada que fugir uns centímetros da linha ideal resulta em perdas drásticas de performance. Assim não há adepto que aguente.
Vou tentar ver mais algumas corridas. Mas parece-me que ou mudam radicalmente os regulamentos, e a aerodinâmica dos carros, ou a F1 está condenada.