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O comboio espanhol leva tudo à frente

O comboio espanhol leva tudo à frente. O Schweinsteiger que o diga! 🙂
Jogadores espanhóis interrompem entrevista a Schweinsteiger após a final do Euro 2008.

Ganhou a Espanha. Perdeu, mais um pouco, o futebol.

Não vou criticar a vitória da Espanha. Fosse qual fosse o vencedor da final de hoje, seria um justo vencedor. Mas o que se viu, em termos de arbitragem, neste mundial é um bom exemplo do que me tem feito perder interesse neste jogo. Para além dos milhões gastos com autênticas floribelas que se queixam da cabeça quando lhes tocam no peito – e que ficam amuados quando os adeptos os assobiam porque gastam mais energia a pentear-se do que no campo – a arbitragem do futebol não tem sabido adaptar-se aos tempos modernos.

Antes era simples. Quase só os jogadores e árbitros viam os lances e apenas estes sabiam se a decisão do árbitro era acertada. Quem estivesse na bancada, por estar mais longe, nunca teria a certeza absoluta do que viu. Não havia repetições e mesmo as transmissões deixavam muito a desejar. Hoje o cenário é bem diferente. Alta-definição, mais câmaras do que jogadores em campo, ‘super slow motion’. É quase impossível não apanhar qualquer lance com total claridade. E mesmo quando isso não acontece, há sempre uma outra câmara que acaba por trazer a verdade ao de cima. Lembro-me vagamente de um lance assim num jogo do Brasil, no mundial de 1998. Um lance qualquer na área (talvez um puxão) em que só um ou dois dias depois do jogo foi possível confirmar a decisão do árbitro. Nenhuma câmara da transmissão do jogo estava num ângulo favorável e foram as imagens de uma estação de televisão, que naquele momento tinha uma câmara atrás da baliza para tirar imagens para o resumo, a mostrar o que realmente tinha acontecido. Mas, voltando ao tema, hoje não há forma de deixar passar um “engano” em claro. Várias selecções neste mundial poderão confirmar isto.

Ora, numa época em que as imagens são tão claras como as regras, como é possível estas não serem usadas para tirar a limpo situações duvidosas? Bola sobre a linha de baliza e fora-de-jogo. Se a lei do fora-de-jogo diz que qualquer parte do corpo do jogador não pode estar à frente do penúltimo defesa, então o que interessa se são 10 metros ou 10 centímetros? A lei é clara, só a interpretação, no momento, o pode não ser. Costumo dar o benefício da dúvida ao fiscal-de-linha, seja o fora-de-jogo assinalado ou não. Mas se há tecnologia que permite tirar a limpo estas dúvidas, porque não usá-la? Nos casos mais duvidosos deste mundial era algo que demoraria menos de um minuto. O golo da Inglaterra rapidamente era validado. Vários foras-de-jogo rapidamente seriam assinalados. E, o mais importante, o jogo continuaria com a certeza de que a verdade desportiva tinha sido mantida.

Vários outros desportos usam a tecnologia como uma ajuda. O ténis (e o cricket) com o “olho de falcão”, por exemplo. Mas o melhor exemplo é o futebol americano. Os sete(!) árbitros em campo tomam várias decisões durante o jogo. Para quem já viu um jogo do início ao fim, é impressionante a quantidade de faltas que eles vêem. Cada um tem uma função muito específica e é por isso que é raro não verem algo. Os árbitros de baliza que a UEFA introduziu na Liga Europa podem ajudar em diversas situações na área, mesmo para decidir se a bola ultrapassou por completo a linha de baliza. Vamos ignorar os comentadores portugueses que, nestes lances, dizem que a visão do árbitro é bloqueada pelo poste, esquecendo-se que o poste tem a mesma largura das linhas e, por isso, é a melhor ajuda que o árbitro de baliza pode ter. Estes dois árbitros adicionais podem ter mais poderes e tomar decisões concretas sobre lances dentro da área ou no canto oposto ao fiscal-de-linha. Mas claro que a UEFA e a FIFA não querem isso… No futebol americano, para além dos sete árbitros de campo, temos ainda um árbitro de repetições. Este árbitro, quando solicitado pelo árbitro principal, analisa o lance em causa e transmite a decisão. Se não for 100% claro, os árbitros de campo têm acesso às imagens para eles próprios tomarem uma decisão. A SuperBowl de 2009 foi decidida com recurso às imagens. O último ensaio, que na altura virou o resultado, só foi confirmado após os árbitros analisarem bem as repetições. Vejam o vídeo e percebam porquê. A bola tem que ser recebida dentro da área de finalização e os dois pés do jogador têm de tocar no chão.

Sim, o futebol americano tem muitas paragens, facilitando tudo isto. Mas em caso de bola na linha de baliza, ou de um fora-de-jogo difícil de avaliar, não seria preferível perder um minuto para se ter a certeza de que a decisão tomada foi acertada? Eu acho que sim.

Erro do Sporting ou treta do DN?

Diz o Diário de Notícias que o Sporting, ao dar capacidade a um empresário para negociar o passe do João Moutinho, se esqueceu de colocar uma cláusula que impedisse a venda a um outro clube português. E, segundo o DN, foi devido a esse “erro” que o Moutinho acabou no Porto.

Analisando a coisa, descobrimos que a cláusula de rescisão, do contrato do João Moutinho com o Sporting, era de 22 milhões e meio de euros. Descobrimos ainda que o Sporting teria que pagar 10% ao jogador no caso da existir uma oferta, de outro clube, inferior aos 22,5 milhões mas superior a 15 milhões de euros. O Porto ofereceu 11 milhões mais metade do passe de outro jogador (o defesa Nuno André Coelho, avaliado em 2 milhões de euros), pelo que este cenário não se coloca. Portanto, se o Sporting se esqueceu da tal cláusula, e era um problema tão grande o Moutinho ir para outro clube português, bastava ao Sporting exigir do Porto, no mínimo, uma oferta de 15 milhões de euros.

Sou só eu que acho esta notícia do DN uma grande treta?

Levantar a cabeça e esperar por 2012

Acabou. Um golo – o primeiro sofrido – foi suficiente para nos por fora do mundial. Não vou fazer grandes análises ao jogo. Esta equipa fez o que conseguiu. Não havia matéria-prima para mais. Chegámos aos oitavos-de-final e agora vamos seguir o mundial na TV. Que ganhe o melhor.

Soltem a padeira

Chegou a hora de soltar a padeira que há em nós!

Quem diria que veríamos os americanos a vibrar desta forma com o futebol. Do nosso!