Com tantos jackpots no Euromilhões, pus-me para aqui a pensar que o aumento dos números e estrelas não teve apenas por objectivo mexer com o jogo, tornando-o mais apelativo com um primeiro prémio mais difícil de ganhar. Mesmo no início a coisa não era fácil e os jackpots aconteciam com alguma frequência. Mas hoje, com 50 números e 11 estrelas, tudo isto se tornou ridículo.

São várias semanas seguidas sem um primeiro prémio, apesar dos dois sorteios semanais. Isto não pode ser só para tornar o jogo mais apetecível. Não pode. Bolas, até o prémio de 15 milhões de euros é suficiente para se viver apenas dos juros! E esta, para mim, é a palavra chave.

Durante um ano são várias semanas sem um totalista, o que significa que os 15 milhões do primeiro prémio não são entregues. Nos dias seguintes juntam-se mais alguns milhões. E o ciclo repete-se até aparecer um totalista. Ora, durante este período o dinheiro está a render. Isto já acontecia no formato original. São vários dias ao ano com  o valor das apostas a render juros. Mas, se reduzirmos as probabilidades do primeiro prémio sair, mais de 30% das apostas vão continuar a render. Neste momento são 85 milhões, acumulados desde o último totalista, a 20 de Novembro. Em Novembro houve outro totalista, duas semanas antes. Em Outubro… zero.

Isto é um grande esquema para ter muitos milhões a render sem qualquer risco. No fundo andamos todos a financiar uma sociedade de gestão de fundos. E a casa sai sempre a ganhar.