Na terca-feira passada o meu MacBook começou a ter comportamentos estranhos. Primeiro eram umas pausas mais prolongadas, que no final do dia se transformaram em algumas paragens forçadas. Nada de erros. Apenas bloqueava e não respondia. Um reinício forçado. Depois outro. Até que ao terceiro crash decido apenas desligar e rumar a casa.
Na quarta de manhã chego ao escritório e faço o ritual de sempre. Preparo um café, pego numa garrafa de água e ligo o computador. Quando olho para o ecrã, reparo que o computador estava desligado. “Eu não liguei isto?”, pensei. Volto a pressionar o botão e vejo o que acontece. Passam uns segundos e puff. O MacBook desliga-se. “Ah foda-se!” Pego no CD de sistema e tento ver o que se passa com o disco, mas uma tentativa de reparação não é bem sucedida, o que quer dizer que há um problema grave. Talvez tenha sido só do crash e o disco ainda se aproveite. “Ao menos tenho backup.”, penso. E tinha, fruto do Time Machine, uma tecnologia do Mac OS X. Basicamente é um backup automático que guarda tudo o que está no computador para um disco externo ou de rede, mantendo até versões dos ficheiros, organizadas por data. Já o tinha usado para recuperar ficheiros que tinha alterado ou apagado por engano. Mas nunca o tinha usado para uma recuperação total.
Não tinha muito tempo para repor o backup pois ia para fora e ainda tinha malas para fazer. Uma primeira tentativa de recuperação começou a preocupar-me. Tudo corria bem até à parte de escolher o backup. Apareciam os backups de outros dois computadores, mas do meu nem sinal. Desisto e tento instalar o sistema de novo e tentar daí. O computador funciona, mas o resultado com o backup é o mesmo. Vou verificar o disco de rede onde são feitos os backups. O meu backup está lá guardado, pelo que não percebo porque não aparece. Decido copiá-lo para um disco externo e tentar a recuperação depois. Contudo ainda são mais de 600GB para copiar e já não tenho tempo. Deixo a operação a decorrer para depois voltar às tentativas de recuperação.
E no final do dia de ontem, depois de uma viagem de 1400Km, fui verificar a cópia. Mexo no computador e este volta a não dar sinal de vida. Com um sistema novo e ainda sem extras, o disco só pode estar danificado. Tento reiniciar, mas não consigo. “Este disco já era!” A cópia também não tinha acabado e decido tentar novamente, agora a partir de outro computador. Seis horas é a previsão para a operação. Fica a copiar e de manhã logo continuo.
Agora tenho um novo problema: não tenho um disco para substituir o que avariou e não é algo muito fácil de arranjar no imediato. Decido comprar um disco USB para usar enquanto não chegar o novo disco. Chego ao escritório e desta vez não surgem novos problemas. A cópia foi feita. Ligo os dois discos ao computador (o que tem o backup e o que vai servir de disco de sistema), insiro o CD de instalação e tento a recuperação. Primeiro formatar o disco. Depois escolher para recuperar de um backup. Agora sim, o meu backup aparece. Selecciono-o e clico em continuar. Escolho o disco de destino e siga! Sete horas e meia de previsão. Não é mau, mas ficou longe da realidade. Não chegou a três horas. Quando regresso ao escritório o ecrã mostrava a mensagem de sucesso. Reinicio e… tenho o meu desktop de volta, com emails, fotos, música, ficheiros de trabalho. Está lá tudo, exactamente como estava antes do problema.
Quando me perguntam porque uso Mac costumo dar vários motivos. Mas o Time Machine nunca é um deles. A partir de hoje vai passar a ser, mesmo que desta vez me tenha dado algum trabalho adicional.
Quanto ao novo disco, já vem a caminho. Um Seagate Momentus XT de 500GB. Um disco de 500GB, com uma velocidade de 7200rpm e com 4GB de memória flash para melhorar o desempenho. Dizem que os resultados são bons, mas isso dará outro texto.