Passaram seis meses desde que comecei a utilizar um dos novos MacBook Pro 15″. Portátil q.b., é sobretudo rápido e dá um belo desktop quando o ligo a um monitor Apple Thunderbolt e a um teclado e rato externos. Nunca sinto que me falta computador, seja em usos intensivos de processador, ou quando utilizo várias aplicações (quase) em simultâneo. É uma experiência parecida com quando utilizava um Power Mac G5.
Uma das maiores características deste modelo são as portas USB-C (na verdade Thunderbolt 3 com ligação USB-C), as únicas que os novos MacBook Pro oferecem, se não contarmos com o mini-jack para áudio. É um modelo que arranca uma nova era – vou ignorar o MacBook fofinho – com todos os problemas que isso traz.
O USB-C promete uma única ligação para todas as necessidades, permitindo que praticamente tudo passe por aquelas portas: Thunderbolt, USB, HDMI, DVI, VGA, Ethernet, FireWire… uma única porta que permite ser utilizada para qualquer ligação. Isto desde que tenhamos um adaptador. E é aqui que o futuro fica ainda um pouco longe.
Para dispositivos mais antigos vamos sempre precisar de um adaptador. Parece-me normal. O problema começa quando tentamos chegar mais depressa ao futuro do USB-C, para nos depararmos que esse futuro ainda não existe. O número de dispositivos USB-C no mercado está longe de ser o ideal e os que existem – para além de pens USB e coisas do género – não são grande coisa.
No entanto não acho que isto seja um sinal que a mudança para USB-C devia ter esperado. Mesmo o USB original, duas décadas depois de introduzido, é uma confusão completa. Temos as ligações USB-A normais, mas depois temos também as USB-B (as que estão nas impressoras, por exemplo). E para ajudar temos ainda as mini USB e as micro USB. E isto nas versões A e B. Esta confusão de portas quase obriga a ter um cabo para cada dispositivo, algo que o USB-C pode vir a resolver.
Ainda hoje me deparei com este problema, apesar de tudo ter começado devido ao USB-C… Claro que o dia iria chegar em que me ia esquecer do carregador no escritório. E com um fim de semana de três dias, não há bateria que aguente (sim, a deste portátil não é fantástica). Sendo USB-C, ainda pensei utilizar um carregador de iPad. Em teoria ia conseguir carregar o portátil, mesmo que lentamente. O problema? Não tenho nenhum cabo que ligue o USB-A do carregador ao USB-C do portátil. Muitos cabos USB-A para USB-B, outros para micro ou mini USB. Até extensões USB-A. Aquele que realmente precisava é que não.
Onde a Apple falha
O MacBook Pro 15″ traz um carregador de 85W com um cabo USB-C. Se utilizarmos um dos novos monitores com portas USB-C, podemos carregar o portátil através do monitor, o que permite termos o carregador na mala ou noutro local. Isto, claro, se comprarmos um dos novos monitores que nem são Apple. Se tivermos um monitor antigo, mesmo um Apple Thunderbolt, não temos sorte nenhuma. Apesar deste monitor ter um cabo de alimentação Magsafe de 81W, não o podemos ligar aos novos portáteis. Isto significa levar o portátil sem carregador ou estar constantemente a ligar e desligar o mesmo. Nada prático.
Como resolver isto? Bastava fazerem um adaptador USB-C para Magsafe (entretanto comprei um adaptador Magsafe para USB-C da Anywatt que tem funcionado sem problemas). Investiste num portátil que custa uma pequena fortuna e ainda num monitor mais caro que outros equivalentes? Azar. É assim que a Apple trata os seus clientes.
Esta “atitude” da Apple também se revê no preço de alguns acessórios. Queres um carregador extra? Pagas 89€. E não é tudo, porque também tens de pagar mais 25€, já que o carregador não traz nenhum cabo. Nem a extensão para ligar à tomada, nem o cabo USB-C para ligar ao computador. No final são 114€ por um carregador.
A solução (espero)
Isto levou-me a pesquisar por carregadores USB-C alternativos, que sejam ao mesmo tempo portáteis e mais polivalentes. O objectivo é poder deixar o carregador principal no escritório – onde preciso de ter o portátil ligado e sem dificuldades de carga – e ter um segundo carregador para casa ou que possa levar para qualquer local. Acabei por optar por um carregador Aukey de 46W com portas USB-C e USB-A. Posso ligar qualquer dispositivo com uma ligação USB “normal” e ainda carregar o portátil. Os 46W não serão suficientes para manter a bateria carregada em situações de maior consumo, mas deve ser mais que suficiente para ir recarregando o MacBook ou para quando fica a fazer operações menos intensivas, como passar um stream para a TV via Chromecast.
Com o carregador também vem um cabo USB-C também da Aukey que custou 9€ (apenas menos 16€ que o cabo da Apple). Agora só falta descobrir se tudo funciona como espero. Daqui a uns dias fico a saber. 😅
Posso ainda não estar no futuro, mas fico um pouco mais próximo.