Não gosto de dar grandes opções aos clientes. Quando ouço “depois apresenta-me duas ou três propostas” torço logo o nariz. Prefiro apresentar uma proposta em que acredito, do que essa e mais uma ou duas feitas a despachar só para o número. Prefiro e faço o cliente saber disso. O que muitos se esquecem é que até à tal proposta, vão ser feitos vários estudos. Por vezes quase propostas completas, que são descartadas. Ou porque o caminho certo é outro ou porque alguns dos elementos podem ser melhorados. Até posso apresentar duas ou mais soluções, se o trabalho levar a mais que uma solução válida. Mas não as apresento só para fazer número.
São comuns os ficheiros de Adobe Illustrator com várias soluções descartadas que vão sendo arrumadas em volta da área principal do documento. Testes, estudos de cor, etc., vão sendo atirados para o lado enquanto se procura a solução ideal. E se eu não gosto, não arrisco dar a essa opção ao cliente, a não ser que tenha tanto à vontade com ele que sirva para dizer “a outra solução é uma merda, podes ver”.
Mas nem sempre se controla o que vai a aprovação. Hoje foi um desses dias. Um cliente que pede mais um elemento de sinalética para um projecto já terminado. O caminho mais fácil seria duplicar uma das placas e colocá-la noutro local, mas perto da original. Depois de maquetizar o espaço, achei a solução feia e coloquei sérias dúvidas sobre a sua eficácia. Sugiro colocar apenas elementos em vinil sobre a parede para esta informação adicional. A resposta foi rápida: “Quero a 1ª opção.” Ora bolas… ligo ao cliente e explico-lhe a minha opinião. A conversa acaba com um “eu quero é uma solução.” Está melhor mas não está convencido. Pego numa outra fotografia, de um outro ângulo. Maquetizo as duas soluções novamente, numa fotografia que agora mostra bem as duas placas. “Ah, agora já percebo. Tem razão. Avance com o vinil.”
Hoje o cliente não tinha razão.