Muito já se escreveu sobre a pergunta 32 do Census 2011. O ponto que está a incendiar as hostes é o pedido de quem trabalha a recibos verdes, mas com um trabalho fixo numa empresa, se identificar como trabalhador por conta de outrem.

“Ah e tal, assim não se sabe qual é a dimensão dos falsos recibos verdes.”

“Deviam perguntar antes se trabalha a recibo verdes.”

“Yada, yada, yada…”

Vamos lá pensar um pouco. Se pegarmos nestes dados (devidamente preenchidos de acordo com as instruções do INE), se pegarmos nos dados da Segurança Social com o número de trabalhadores por conta de outrem, se pegarmos nos dados da Segurança Social com o número de trabalhadores por conta própria, e cruzarmos estes dados todos, temos o quê? Temos o número de trabalhadores por conta de outrem do Census, que será maior que o número de trabalhadores por conta de outrem da Segurança Social, certo? Certo. E a diferença entre os dois números serão os “falsos recibos verdes”, certo? Certo.

Também podemos ir por outro lado, que é ver a diferença entre o número de trabalhadores por conta própria da Segurança Social e do Census, que deveria dar o mesmo resultado.

Digam-me lá como é que o Census 2011 está a esconder a verdade e não vai permitir identificar a dimensão do problema dos “falsos recibos verdes”?