O vídeo tem cerca de um mês. Nesse curto tempo conta com quase 50 milhões de visualizações e partilhas infindáveis.

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Já o vi por diversas vezes entre o twitter e facebook. O tema é daqueles que fomenta a partilha fácil. O viral que está tão na moda.

Using #LikeAGirl as an insult is a hard knock against any adolescent girl. And since the rest of puberty’s really no picnic either, it’s easy to see what a huge impact it can have on a girl’s self-confidence.

Portanto, o termo “como uma rapariga” – ou um tão nacional “à gaja” – é um insulto que nós, enquanto sociedade, andamos a ensinar a rapazes e raparigas. OK. E porque escrevo eu sobre isto?

Porque é (mais) uma campanha publicitária! Neste caso da Procter & Gamble. Tudo muito lindo. Tudo muito emotivo e cheio de mensagens de força… exactamente como as marcas gostam de se fazer passar. Vamos, de repente, esquecer o que estas grandes marcas andam a fazer há décadas só porque fazem um anúncio lamechas.

O que também me irrita é venderem a ideia de que como as raparigas mais novas não interiorizaram o conceito negativista do “como uma rapariga”, ele não existe. Tretas! Existe. Claro que existe. Da mesma forma que existe o fazer coisas “à gajo” ou o “és mesmo gajo”.

Somos diferentes. Homens e mulheres. Uns melhores numas coisas e outros noutras. A igualdade é uma treta. Igualdade de tratamento e de direitos? Sem dúvida. Mas não queiram forçar uma igualdade que não existe.

Claro que há o exagero quando fazemos uma representação de algo. Seja de uma mulher a atirar uma bola, do nosso amigo que se ri de forma cómica ou dos discursos do Cavaco (pronto, aqui não é fácil exagerar). Tornar isso num insulto é bom para a Procter & Gamble vender mais uns milhões de pensos higiénicos. Esta higienização social em que não podemos dizer ou fazer nada já enoja.

Uma coisa é criticar as mulheres – ou os homens – por tudo e por nada. Outra são generalizações como não saber atirar uma bola, fazer as coisas à bruta, ou correr com as pernas para o lado. E, no caso da corrida, prefiro a generalização de outra marca…

Dizem que o anúncio foi proibido na TV, mas ao menos este tem bom gosto.

Para terminar, uma recomendação. Se ainda não o fizeram, leiam o livro “Porque é que os homens nunca ouvem nada e as mulheres não sabem ler os mapas de estradas” para perceberem melhor as diferenças que nos unem. O título na página da Fnac é que está um pouco feminista. 😉