Há cerca de cinco meses voltei a pegar na bicicleta, para ver no que ia dar. E deu que passado pouco mais de dois meses estava a comprar uma bicicleta de estrada. Entre outro equipamento, no início apenas comprei umas luzes básicas da Decathlon por descargo de consciência, já que não pensava ir pedalar de noite. Mas, com a chegada da chuva, os fins-de-semana com bom tempo tornaram-se escassos. Aproveitar qualquer dia com bom tempo tornou-se imperativo e isto significava ir pedalar à noite.

Para quem pedala em estradas e zonas razoavelmente bem iluminadas, o principal é assegurar que se é visto. Por isso, sempre que pedalo à noite, levo um colete reflector, bandas reflectoras nos tornozelos e uns tubos reflectores nos raios das rodas. Mesmo sem luzes a minha presença faz-se notar aos outros veículos. Comentários como “pareces uma árvore de Natal” são normais.

Quanto às luzes, na primeira saída nocturna levei as pequenas luzes que tinha desde o início. Vêem-se, mas são algo fracas e a da frente não ilumina nada. Acabei a pesquisar sobre luzes para bicicletas. E as opções são muitas. Há opções baratas mas que iluminam pouco. Há opções caras que iluminam muito. E pelo meio há muitas opções com maior ou menor qualidade. Também há os modelos chineses, com uma boa relação preço-iluminação, mas que preferi ignorar por a qualidade ser sempre uma incógnita. Tanto pode ser bom, como durar um ou dois dias.

Acabei por escolher umas luzes da Moon. Para a frente uma Moon Mask – com 70 lumens de intensidade máxima – e para a traseira uma Moon Comet – 35 lumens. Um dos factores que pesou na escolha foi estas luzes terem bateria e carregarem por USB.

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A Moon Mask tem bateria para 3 horas na intensidade máxima – o suficiente para uma volta nocturna – ou 6 horas com metade da intensidade. A 35 lumens a luz é suficiente para sermos bem vistos, embora não ilumine grande coisa. Os 70 lumens já dão uma ajuda se passarmos num local menos iluminado, mas está ali no limite do aceitável. A Moon Mask tem ainda a opção de um modo flash (pisca-pisca) que dura 8h30. De noite costumo usar a luz em 35 lumens, passando para 70 lumens em zonas mais escuras. Para quem ande em estradas mal iluminadas o melhor é optar por um modelo com um mínimo de 200 ou 300 lumens, tendo em atenção a duração da bateria com essa intensidade.

As opções da Moon Comet são semelhantes. Três modos de luz fixa (10 lumens durante 6h50; 20 lumens/3 horas; e 35 lumens/1h45). Em flash a Moon Comet aguenta 5h30 com 50% de intensidade, ou 3 horas a 100% de intensidade. Na traseira prefiro ter a luz a piscar – chama mais a atenção – e 5h30 são mais do que suficientes. Mesmo a 50% a luz emitida é forte e chama a atenção.

Se me vêem melhor de noite…
Durante as primeiras voltas nocturnas notei algo curioso. Os carros não se aproximavam tanto como durante o dia, mesmo nas horas com mais trânsito. E isto não apenas atrás, pois também me davam mais espaço quando me ultrapassavam. Notei isto tanto na Marginal de Cascais, com trânsito considerável, como em estradas com menos trânsito. E este facto fez-me pensar…

O que teria mudado? Simplesmente o facto de eu parecer uma árvore de Natal. 🙂 As luzes e reflectores tornaram a minha presença muito mais visível para os outros condutores, não apenas ao perto mas, sobretudo, ao longe. Isso permite aos condutores antecipar as suas acções para me ultrapassar ou como proceder nas rotundas e cruzamentos.

Percebido este facto, dei por mim a reparar ainda mais nos ciclistas que apanhava na estrada durante o dia, quando ia de carro. E há um factor comum a quase todos. Um ciclista é uma mancha tão pequena que basta o condutor ir distraído com algo – como a ler uma placa com indicações – que só irá reparar no ciclista já muito perto dele. Se estiver agarrado ao telefone… pode nem reparar. Roupas com cores berrantes ajudam, mas também depende do contraste que criam com a envolvente. Então, o que podem os ciclistas fazer para se tornarem mais visíveis? Usar as luzes durante o dia!

Lights on!
Agora, mesmo quando pedalo durante o dia, levo as luzes ligadas e a piscar. A Moon Comet (traseira) tem uma intensidade excelente, que a torna bastante visível mesmo durante o dia e ajuda a fazer-me notar para os carros que vêm atrás. A Moon Mask, não sendo uma grande luz para iluminar as zonas mais escuras, é muito boa como luz de presença à frente, para chamar a atenção dos outros condutores em cruzamentos ou rotundas.

Acredito que seja algo que quem anda de bicicleta não pensa, mas usar as luzes durante o dia faz toda a diferença na forma como os automobilistas nos vêem e, sobretudo, com que antecedência nos vêem. E, no limite, o simples acto de carregar num botão pode evitar um acidente.