Há momentos em que apenas precisamos de um pouco de motivação. Este era um deles. Há alguns anos que não andava de bicicleta com regularidade. Chegaram a passar-se anos em que a bicicleta não saia do suporte, onde estava coberta por uma capa, para não apanhar pó. Isto até que decidi que ia voltar a pedalar. E que melhor motivação que arranjar material novo?

Primeiro andei a ver modelos de bicicletas híbridas e de estrada, para substituir a minha antiga BH. Uns mais baratos, outros mais caros. Outros completamente fora de questão. Mas o custo de trocar de bicicleta pareceu-me excessivo, sobretudo quando a bicicleta que tenho ainda está perfeitamente operacional e nem é má de todo. O modelo do quadro tem um desenho mais antigo mas é em alumínio, as (21) mudanças não são más de todo e tem um guiador borboleta que a maioria das pessoas estranha, mas é polivalente e confortável.

Se não há bicicleta nova, há que melhorar a existente. Não foi preciso muito. Uma revisão básica, uma fita nova para substituir a esponja original do guiador, uns pedais para substituir os originais de plástico, um capacete novo (o antigo já tinha dado uma porrada com a minha cabeça lá dentro) e uma camisola e calções novos só para compor o ramalhete. E ainda arranjei um suporte para o iPhone, algo que ainda não tinha pois deixei de andar de bicicleta antes do iPhone ser lançado.

O capacete foi das compras mais complicadas. Tenho uma cabeça grande, com 61cm de circunferência. A maioria dos capacetes tem modelo dos 57cm aos 61cm, o que resulta num capacete que me fica pequeno na cabeça, mesmo que encaixe bem. Procurei em lojas especializadas, na Decathlon e SportZone, mas andava tudo à volta do mesmo. Até que me virei para a Amazon e encontrei o MET Crossover XL, para cabeças dos 60cm aos 64cm. Perfeito. Indeciso entre o branco e o azul, optei pelo azul.

Mas a Amazon não o vendia directamente e os revendedores que o tinham não vendiam para Portugal. Acabei por o comprar na Bike24, uma loja que encontrei nestas pesquisas e que recomendo. Os pedais foram colocados na revisão, na Decathlon, e assim que chegou o capacete, fui buscar a bicicleta, pedalando até casa. Cheguei inteiro, sempre a dar ao pedal e sem usar a mudança da avozinha. Mas os vários anos sem pedalar não perdoaram. Perto de casa as pernas já só pediam para parar.

O primeiro problema? O suporte para o iPhone não se mantinha fixo e tinha a tendência para rodar um pouco com a vibração e o peso. Em casa apertei-o melhor, mas na segunda saída aconteceu o mesmo. Talvez por este guiador ser mais estreito na zona onde coloquei o suporte e por essa zona não ter qualquer protecção. Ainda não tinha colocado a fita e decidi que não ia passar desse dia. Nunca tinha colocado uma fita num guiador, e as fitas são pensadas para guiadores de estrada, mas para primeira tentativa não ficou nada mal. Com a fita a apanhar a totalidade do guiador, o suporte já ficou bem fixo.

O iPhone serve sobretudo para usar a aplicação do RunKeeper. Dá-nos várias informações sobre as saídas, como distância, velocidade e altitude. Usa o GPS para ir traçando o caminho percorrido e podemos ver essas estatísticas representadas nos pontos do mapa. Modernices, mas sempre é mais um factor de motivação.

Agora resta recuperar alguma da forma para aguentar saídas mais longas e voltar a fazer a Marginal, de Oeiras ao Guincho, aos fins-de-semana de manhã. De bicicleta aproveita-se ainda melhor a magnífica vista e envolvente da Marginal.

Se alguém costumar andar pela zona aos fins-de-semana, avise. Formamos um pelotão. 🙂