Ontem dei de caras com o movimento Kony 2012 (http://www.kony2012.com/). Trata-se de um movimento que pretende chamar a atenção para Joseph Kony. Kony é um senhor da guerra perverso, que rapta crianças no Uganda e os obriga a pertencer ao seu grupo rebelde. Isto para além de torturar, mutilar e violar outras crianças e adultos. A ideia é gerar uma opinião pública forte de modo a forçar uma acção por parte dos países mais fortes. Vejam o vídeo, mas não se fiquem por aí.

Céptico como sou, fiz o que costumo fazer quando me deparo com uma destas correntes sobre um assunto que não conheço. Fui ao Google e pesquisei por “kony 2012 scam”. E aparecem alguns resultados que sugerem que a organização Invisible Children não é propriamente uma santa.

The organization behind Kony 2012 — Invisible Children Inc. — is an extremely shady nonprofit that has been called ”misleading,” “naive,” and “dangerous” by a Yale political science professor, and has been accused by Foreign Affairs of “manipulat[ing] facts for strategic purposes.” They have also been criticized by the Better Business Bureau for refusing to provide information necessary to determine if IC meets the Bureau’s standards.
Fonte: The Daily What

Segundo a própria organização, apenas 30% das doações vão para a causa. E por causa entenda-se, em parte, o financiamento de forças militares como o Exército do Uganda e o Exército de Libertação do Sudão.

Both the Ugandan army and Sudan People’s Liberation Army are riddled with accusations of rape and looting, but Invisible Children defends them, arguing that the Ugandan army is “better equipped than that of any of the other affected countries”, although Kony is no longer active in Uganda and hasn’t been since 2006 by their own admission.

Isto está ainda a começar e já há trocas de acusações. Uns defendem a organização e a causa. Outros acham que se trata sobretudo de uma forma de encaixar dinheiro ou, no mínimo, de tentar apanhar o vilão ajudando outros como ele. A própria organização Invisible Children já veio refutar as críticas.

Acho que vou ficar à espera dos próximos capítulos.